sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Cristianismo em xeque - IV

Há um câncer corroendo o cristianismo.
Câncer que faz o cristianismo gerar descrença na existência de Deus em pessoas que, antes, eram crentes de sua existência. É o cristianismo trabalhando em prol do ateísmo.
Gravíssimo.
Trata-se da pedofilia envolvendo líderes de uma importante vertente dessa religião.
Não é qualquer problema, não são casos isolados, não ocorre sem o conhecimento da alta cúpula dessa parte do cristianismo que o quanto pode não colabora para a elucidação e devida penalização de casos pontuais, é sistemático e conta com proteção corporativa, não é local, tem abrangência internacional, alguns envolvidos já foram condenados e presos pela justiça comum.
Somente nos Estados Unidos há mais de 100 mil denúncias que já geraram mais de 1 bilhão de dólares em acordos extrajudiciais de indenização.
Nada justifica o silêncio ou aquela indignação surda a que se recorre para assuntos dessa gravidade como se não existisse nenhuma relação com o problema por não se ter nenhum parente próximo ou distante que tenha sido vítima dessa perversão sexual.
O problema é fruto direto do celibato obrigatório que foi instaurado para que os bens dos representantes dessa parcela do cristianismo não ficassem com a família – que eles constituiriam quando casados – mas fosse entregue para a organização a que pertenceriam.
O problema é recorrente e seus praticantes - via de regra, líderes de uma comunidade numerosa de pessoas e famílias - são constantemente transferidos de cidade em cidade nas quais continuam praticando seus deploráveis atos.
Evidente que não se pode generalizar, como tanto ou mais é evidente que não se pode resignar do problema.
Aqui não cabe acusação, julgamento ou condenação.
Cabe sim uma atitude concreta por parte dos que se consideram cristãos no sentido de se extirpar esse câncer do seu meio. Atitude que começa com a disposição de discutir o assunto.

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