sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O deus que não conheço

O deus raivoso, briguento, seletivo – que faz acepção de pessoas, que tem privilegiados.
O deus carente, que quer ser bajulado, paparicado.
Ou o deus que pode ser cobrado, de quem se pode exigir algo.
O deus que faz trocas, barganhas.
O deus que pesa a mão. Como assim? Como se isso fosse uma rogação de praga. Tudo o que quero e preciso é que a mão de Deus esteja pesadamente sobre mim. Isso me dá segurança, proteção, orientação. Meu problema está quando Deus tira a mão. Oras! Aí estou por minha conta e risco, e certamente me darei mal.
Agora... rogar praga sobre o outro dizendo que deus irá oprimi-lo com uma pesada mão por que motivo for, esse deus desconheço.
O deus que não vê a mentira, a injustiça, o enriquecimento ilícito (e em alguns casos até o lícito).
O deus que não vê o suborno ao guarda trânsito, a ocupação da vaga do idoso ou do deficiente físico por pessoas que não são dessa classe.
O deus que dá vitória para um time de futebol!?!?
O deus que se encontra através de sacrifícios pessoais.
O deus que se rende ao mérito individual.
O deus devedor e refém de alguém.
O deus milagreiro qual gênio da lâmpada.
O deus que provoca reações esquisitas nas pessoas.
O deus que se confunde com outros deuses.
O deus fraco e pusilânime.

Parei.

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