sábado, 19 de dezembro de 2009

Da santidade. Um outro lado

Por anos, talvez séculos, estabeleceu-se que aqueles conhecidos como cristãos deveriam se afastar das pessoas em nome da santidade a que eram convocados a viver. Muito dessa orientação decorre do entendimento dos termos originais da bíblia para santificação, tanto do Velho quanto do Novo Testamentos, que dão ideia de separação, isto é, essas pessoas deveriam se separar das outras, dentre outros motivos, para não se contaminarem.
Pois eu acho que dá para ter outro entendimento do conceito de santificação/separação a partir do verso 36 de João 10. Diz o texto: “... então, daquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, dizeis: Tu blasfemas; porque declarei: sou Filho de Deus?”.
O entendimento é: separar para enviar, para cumprir uma missão, para desempenhar um propósito.
Pense em um agricultor que separa as melhores sementes para semear sua lavoura. Pense em um general que separa os melhores soldados para as batalhas mais importantes. Pense em um técnico esportivo de uma seleção nacional que separa os melhores atletas para as competições.
Pensou? Então me diga: uma semente pode negar o misturar-se à terra? Um soldado pode negar o enfrentamento de uma batalha? Um atleta pode negar uma convocação? Acho que só há uma resposta.
Agora pense que Deus separa (santifica) pessoas para cumprirem a missão de evangelizar a terra.
É evidente que há o aspecto moral embutido no conceito da santidade, isto é, a separação do mal, do que é errado, do que faz mal às pessoas é válido, sempre.
O que está sendo colocado é que mais do que separado de os que seguem Jesus devem entender que são separados para.
Esse conceito me parece mais próximo do que aconteceu com Jesus que foi santificado (separado) e enviado, bem por isso ele vivia misturado às pessoas, tocando-as e sendo tocado, falando-lhes e ouvindo-as.
No decorrer dos séculos, a separação do mal trouxe a reboque a separação do mau, isto é, do homem mau, que é exatamente aquele que deve ser alcançado por aqueles que seguem Jesus.
Os discípulos de Jesus não estão aqui para julgarem e condenarem as pessoas, para apontarem os dedos quase numa atitude revanchista de quem não pode usufruir das “benesses” que aqueles usufruem. Eles não estão aqui para formarem uma classe à parte, como se uns fossem melhores que outros. Não!
Esses discípulos estão aqui para apresentarem um mundo novo, uma nova vida, vida essa que prescinde dos valores materiais, dos valores da competição, da concorrência, do quem é mais santo.
Santifique-se.

Um comentário:

  1. Então Wagner, vim conhecer seu blog. Legal! É isso mesmo, agora é desenvolvê-lo e logo, logo publicar seu livro. Abraço.

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