segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O menino

Ouro, incenso e mirra
Três expressões da matéria
O menino, uma expressão de Deus, aliás, expressa - por exata - imagem Dele
Ouro, incenso e mirra
Três estados da matéria: sólido, gasoso e líquido
O menino, estar não importa tanto quanto o “ser”. E ele é
Ouro, metal nobre, dos metais rei
O menino, por nobre, embora pobre, rei dos reis
Incenso, fumaça que sobe e impregna o ar
O menino, uma vida que se desfaz, desde cedo, sem desvanecer
Mirra, perfume que agrada o olfato
O menino, Deus agraciando os de baixo
Três reis? Três sábios? Três magos? Três astrólogos?
Quem sabe? O que importa?
Três homens, “desneoevangelizados”, que entenderam a gravidade do momento:
- Um menino, um evangelho, um reino, um amor
Ouro, anseio dos que amam a prosperidade
O menino, tudo o que o homem precisa, pura simplicidade
Incenso, pretensão de subir a Deus
O menino, Deus descendo ao homem
Mirra, terapêutica e embalsamadora, pretende curar e preservar
O menino, a cura de Deus que preserva a alma
Ouro, pelo quê se gastam fortunas
O menino, ele próprio a fortuna
Desafortunado quem não o vê, ainda que rico
Incenso, tipifica o sacerdócio
O menino, o sacerdote máximo, supremo
Mirra, substrato de uma árvore espinhosa
O menino, encontro certo e marcado com o espinho em forma de coroa mais que dolorosa
Ouro, anos dourados, sonhos dourados, vida dourada
O menino, humano e divino, frágil e forte, findo e infindo
Incenso, fruto de lábios que louvam
O menino, da boca de quem Deus extrai o perfeito louvor
Mirra, substância que ativa os neurônios do prazer
O menino, depois de crescido, ofertado em sacrifício como suave aroma

Não, não relegue essa história à qualidade de um conto infantil a ser contado para seus filhos ou netos.

Mente quem diz que o dinheiro a tudo compra.
Na vanguarda da história da salvação, lá estava o menino, aquecido pelo bafo de um jumento.
Algumas moedas e ele teria direito a um berço.
Algumas moedas e ele teria o aconchego de um quarto.
Alguns milênios e a teologia da prosperidade não daria crédito a uma criança assim nascida.
Mente quem diz que o dinheiro a tudo compra.
Pergunte-se, afinal: por que assim Deus quis?
A mensagem é clara, cristalina.
Não me permitirei responder. Não interferiria na sua relação com Deus.

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