Teologia de
calçada: Sacerdócio Levítico x Sacerdócio Melquisedequeano
Uma busca
Entre vós
não será assim
Introdução
Em 2018
completar-se-á 42 anos que estou perseguindo o Senhor, como a corça procura pela
água. 42 anos de busca, de procura.
“’Procurar’
é preciso. Viver não é preciso”.
Desde muito
cedo, procuro a sublimação da existência humana que se dará/daria, imagino,
quando as pessoas puderem/pudessem se relacionar com Deus sem a necessidade da
mediação humana, pertinente esta, adequada e necessária, sim, quando se está
tratando com neófitos. Depois dessa fase de iniciação à fé, a relação entre
pessoas maduras, imprescindível à existência humana, deve dar-se na base da
fraternidade, em que tão somente há uns irmãos mais velhos e experientes que
outros, mas sem qualquer tipo de ascendência, tão contrária, esta, à mensagem
evangélica.
Busquei essa
sublimação, a princípio e meio sem saber o que estava fazendo, no catolicismo,
em intensidade absurda, período precioso e que me marcou de forma indelével, produzindo
a pessoa que sou hoje e a cujo tempo serei eternamente grato a Deus.
Após essa
experiência fui para o protestantismo, para onde me dirigi pensando que, por
fim, chegaria ao lugar/condição que procurava. Ledo engano.
Nessa
procura encontrei, dentre tantas coisas, um confronto, que chamaria de
confronto de titãs: De um lado o sacerdócio levítico, com seus sucedâneos, de
outro o sacerdócio melquisedequeano.
Parte 1/4
Sacerdócio
Levítico
O sacerdócio
levítico surgiu há milhares de anos, ainda na época de Moisés, quando instituiu
que Levi, um dos filhos de Jacó, exerceria esse ofício.
O exercício
desse ofício era extremamente exclusivista, cabendo somente a Levi, e a seus
descendentes, a prática sacerdotal na condição de representantes de Dxus, que consistia
de atender às demandas dos serviços religiosos primeiramente no tabernáculo e
depois no templo, para onde os fiéis se dirigiam para oferecerem, através
desses ministros, seus sacrifícios a um Dxus, embora verdadeiro, desconhecido
por eles.
“O sacerdócio melquisedequeano é a
quintessência da relação humana, pois que extrapola, transcende as relações
terrenas, elevando-as a um nível superior.”
Esse ofício
era praticado por 3 classes de operadores: o sumo sacerdote, o sacerdote e o
levita. Eles detinham a exclusividade no serviço do templo para o que a
hierarquia estabelecida era rigorosamente obedecida sem conflito de autoridade
e da práxis litúrgica e ritualística, ambas muito ricas em seus detalhes e
preceitos e normas e regras, necessárias quando se é novo na fé, sim porque
pessoas com distorções de caráter e personalidade não podem ficar à mercê de
seu bel prazer. Elas não conseguiriam mudar. Bem por isso, elas precisam de
regras e um acompanhamento muito próximo por parte daqueles que são mais
antigos. Essa didática valia lá e ainda hoje se faz necessária, enfatizando,
contudo, que é aplicável a neófitos tão somente, uma vez que uma pessoa depois de
amadurecida e tratada já não carece mais de tutores a lhe indicarem o caminho a
trilhar.
O templo de
Salomão, então o centro da prática religiosa, era dividido em várias partes:
Átrio dos
gentios - Acessível tanto a judeus como a gentios (não judeus).
O Recinto
Sagrado - Formava uma área sagrada em que nenhum gentio podia pisar, sob pena
de morte.
Átrio das
mulheres - As mulheres judias não podiam ir além desse átrio.
Átrio de
Israel - Exclusivamente para acesso de judeus jovens e adultos do sexo masculino.
Átrio dos
sacerdotes - Exclusivamente reservado para os sacerdotes.
Santuário -
O Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, os quais estavam separados por duas
cortinas. No Lugar Santo, os sacerdotes realizavam suas atividades regulares. O
Lugar Santíssimo era o coração interior do templo e só o sumo sacerdote podia
ali entrar, uma vez por ano, no dia da expiação, quando oferecia um sacrifício
pelos pecados do povo.
Esse
sacerdócio perdurou por séculos, tendo sua culminância na ação dos sumos
sacerdotes Anás e Caifás na condenação do Cristo, chegando aos dias de hoje com
atuação circunscrita às sinagogas espalhadas pelo mundo e que serve de modelo
para os cultos “cristãos” em que há um plenário com as pessoas a ouvirem um
expositor dos preceitos bíblicos, precedido ou acompanhado por momentos de
oração e cantoria.
Podemos
entender o sacerdócio levítico como o pré-primário da fé, quando se ensinavam
as coisas mais elementares da fé, como a unicidade e soberania de Dxus.
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