sábado, 30 de dezembro de 2017

Teologia de calçada: Sacerdócio Levítico x Sacerdócio Melquisedequeano Parte 1/4

Teologia de calçada: Sacerdócio Levítico x Sacerdócio Melquisedequeano

Uma busca

Entre vós não será assim

Introdução
Em 2018 completar-se-á 42 anos que estou perseguindo o Senhor, como a corça procura pela água. 42 anos de busca, de procura.
“’Procurar’ é preciso. Viver não é preciso”.
Desde muito cedo, procuro a sublimação da existência humana que se dará/daria, imagino, quando as pessoas puderem/pudessem se relacionar com Deus sem a necessidade da mediação humana, pertinente esta, adequada e necessária, sim, quando se está tratando com neófitos. Depois dessa fase de iniciação à fé, a relação entre pessoas maduras, imprescindível à existência humana, deve dar-se na base da fraternidade, em que tão somente há uns irmãos mais velhos e experientes que outros, mas sem qualquer tipo de ascendência, tão contrária, esta, à mensagem evangélica.
Busquei essa sublimação, a princípio e meio sem saber o que estava fazendo, no catolicismo, em intensidade absurda, período precioso e que me marcou de forma indelével, produzindo a pessoa que sou hoje e a cujo tempo serei eternamente grato a Deus.
Após essa experiência fui para o protestantismo, para onde me dirigi pensando que, por fim, chegaria ao lugar/condição que procurava. Ledo engano.
Nessa procura encontrei, dentre tantas coisas, um confronto, que chamaria de confronto de titãs: De um lado o sacerdócio levítico, com seus sucedâneos, de outro o sacerdócio melquisedequeano.

Parte 1/4
Sacerdócio Levítico
O sacerdócio levítico surgiu há milhares de anos, ainda na época de Moisés, quando instituiu que Levi, um dos filhos de Jacó, exerceria esse ofício.
O exercício desse ofício era extremamente exclusivista, cabendo somente a Levi, e a seus descendentes, a prática sacerdotal na condição de representantes de Dxus, que consistia de atender às demandas dos serviços religiosos primeiramente no tabernáculo e depois no templo, para onde os fiéis se dirigiam para oferecerem, através desses ministros, seus sacrifícios a um Dxus, embora verdadeiro, desconhecido por eles.

“O sacerdócio melquisedequeano é a quintessência da relação humana, pois que extrapola, transcende as relações terrenas, elevando-as a um nível superior.”

Esse ofício era praticado por 3 classes de operadores: o sumo sacerdote, o sacerdote e o levita. Eles detinham a exclusividade no serviço do templo para o que a hierarquia estabelecida era rigorosamente obedecida sem conflito de autoridade e da práxis litúrgica e ritualística, ambas muito ricas em seus detalhes e preceitos e normas e regras, necessárias quando se é novo na fé, sim porque pessoas com distorções de caráter e personalidade não podem ficar à mercê de seu bel prazer. Elas não conseguiriam mudar. Bem por isso, elas precisam de regras e um acompanhamento muito próximo por parte daqueles que são mais antigos. Essa didática valia lá e ainda hoje se faz necessária, enfatizando, contudo, que é aplicável a neófitos tão somente, uma vez que uma pessoa depois de amadurecida e tratada já não carece mais de tutores a lhe indicarem o caminho a trilhar.
O templo de Salomão, então o centro da prática religiosa, era dividido em várias partes:
Átrio dos gentios - Acessível tanto a judeus como a gentios (não judeus).
O Recinto Sagrado - Formava uma área sagrada em que nenhum gentio podia pisar, sob pena de morte.
Átrio das mulheres - As mulheres judias não podiam ir além desse átrio.
Átrio de Israel - Exclusivamente para acesso de judeus jovens e adultos do sexo masculino.
Átrio dos sacerdotes - Exclusivamente reservado para os sacerdotes.
Santuário - O Lugar Santo e o Lugar Santíssimo, os quais estavam separados por duas cortinas. No Lugar Santo, os sacerdotes realizavam suas atividades regulares. O Lugar Santíssimo era o coração interior do templo e só o sumo sacerdote podia ali entrar, uma vez por ano, no dia da expiação, quando oferecia um sacrifício pelos pecados do povo.

Esse sacerdócio perdurou por séculos, tendo sua culminância na ação dos sumos sacerdotes Anás e Caifás na condenação do Cristo, chegando aos dias de hoje com atuação circunscrita às sinagogas espalhadas pelo mundo e que serve de modelo para os cultos “cristãos” em que há um plenário com as pessoas a ouvirem um expositor dos preceitos bíblicos, precedido ou acompanhado por momentos de oração e cantoria.
Podemos entender o sacerdócio levítico como o pré-primário da fé, quando se ensinavam as coisas mais elementares da fé, como a unicidade e soberania de Dxus.

“...aqui (no sacerdócio melquisedequeano) ninguém é tratado por ser igual, que ninguém é igual a ninguém. Do pedreiro ao engenheiro, do lixeiro ao empresário, do aluno ao professor, da ovelha ao pastor, do homem à mulher, do rico ao pobre, do preto ao branco, cada um é cada um, com suas idiossincrasias, e, em suas individualidades, cada um é tratado com o devido respeito que merece como ser humano, como filho de Deus e como sacerdote, com a equidade devida...”.

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